A vocação de São Paulo para os negócios foi muito bem aproveitada nesta edição inédita do RMC São Paulo voltada à América Latina nos três primeiros dias de Dezembro. A maior prova disso foi o imenso burburinho, sempre constante, no lounge do complexo Unibes Cultural, espaço que recebeu o evento com toda atenção e carinho.
Basta dizer que, além do staff simpático, o cheiro de pão de queijo estava sempre convidativo para uma boquinha acompanhada de um café e dois dedos de prosa. Assim, espera-se, vários contatos e novos negócios tenham sido feitos, e refletirão em desenvolvimento de atividades no mercado da música eletrônica nos próximos meses.
Clima de descontração no lounge do Unibes Cultural
Demonstração do uso da tecnologia de rádio-frequência da Intellitix
Esta edição teve recorde de público: em torno de 600 pessoas passaram pelo evento entre o get2gether e os dias de atividades acadêmicas. Estes inscritos tiveram acesso a conteúdos cuidadosamente selecionados pela curadoria RMC, liderada por Leo Janeiro e pelo time de parceiros dos workshops: as escolas Ban EMC e AIMEC, especializadas em cursos de profissionalização e técnicos na área de produção musical, engenharia de áudio e mixagem. Ainda no lounge, os inscritos tiveram a oportunidade de testar equipamentos de última geração das marcas Native Instruments, Ableton e Pioneer DJ. Parte indispensável para os que pretendem investir na carreira como seletores.Workshop da Traktor (Native Instruments)
Dentre os painéis, muitos se destacaram pela imensa curiosidade da plateia em relação aos temas, como aconteceu com a apresentação do incrível sistema de integração via RFID da Intellitix e o Speed Coaching que contou com profissionais de áreas distintas do mercado: comunicação, artístico, booking, mídia e mais. Players importantes do mercado paulistano tiveram grande atenção, como as mulheres pioneiras das pistas (Sonia Abreu, Andrea Gram, Claudia Assef, Roxy e Eli Iwasa) e os representantes de marcas como D-Edge, SFX, T4F, BFerraz, Lollapalooza, Sónar, além de respeitados artistas da música eletrônica como DJ Marky, Zopelar, Renato Cohen, Wehbba, Gabe, Victor Ruiz, Dudu Marote e muitos outros.
Os temas variavam entre a ocupação do espaço público na metrópole às vantagens de se criar um home studio. Para quem vem de fora da cena e deseja investir em música eletrônica, painéis como o Backstage EDC Brasil, O Lado Business da Música e South American Festivals foram muito importantes – além de um painel especial, em inglês com representantes da produtora americana Insomniac, com a presença de seu CFO, John Boyle. Temas polêmicos como a falta de mulheres no mercado foram debatidos no painel “Mulheres na Música” que se desdobrou nos 3 dias de conferência e vem acompanhando todas as edições do RMC desde agosto.
Claudio da Rocha Miranda Filho (RMC), Renan Maciel (Fusion Energy Drink), Renato Ratier (D-Edge), Enricco Benetti (Bferraz) e Luiz Eurico Klotz (SFX)
Mulheres na Música com Carla Castelott9 (Thump), Claudia Assef, Monique Dardenne (Skol Music), Karen Cunha (Secretaria de Cultura de São Paulo, Bruna Calegari (Hot Content) e Tricy (Energia FM)
Para quem buscou atualizar-se nas novas tecnologias que cercam o dinâmico mercado da música, o RMC São Paulo foi um prato cheio! Professores explicaram sobre novos softwares como o iMaschine da Native Instruments, o XDJ-1000 da Pioneer (primeiro CDJ que não lê mais o formato CD), o Ableton 9.5 e o novo formato Stems, que vem dado o que falar na indústria por proporcionar maneiras totalmente novas de se fazer música ao vivo. E como música eletrônica também pode ser show ao vivo, o formato Live Sets não poderia ser deixado de lado.
Workshop com Matheus B (AIMEC)
Com tantas oportunidades, diferenciar é sobreviver em uma cena que está cada vez mais cheia de novos produtores e artistas. Isto não serve apenas para os novos DJs entrando no mercado, mas também para as marcas que têm revolucionado a maneira de se consumir música como Spotify, Napster e Deezer, que também participaram de um painel sobre Streaming e falaram sobre a importância de se abrir um diálogo entre distribuidores, gravadoras e artistas para um mercado mais transparente e melhor para todos. Visando favorecer o recebimento de royalties para os artistas, foi apresentado um Q&A com os responsáveis pelo órgão de regulamentação do audio, o ECAD.Henrique Fares (Deezer), Roberta Pate (Spotify), Max Guimer (Napster) e Pedro Suchdolski (D.O.C. Records)
A festa de encerramento do evento, apresentada pela Pioneer DJ, aconteceu no D-Edge ao som de Adana Twins (Alemanha), Rodriguez Jr. (LIVE – França), Leo Janeiro, Nepal e Susana Marcusso.